sábado, 7 de maio de 2011

O preço pago pela "cultura" europeia.



Em uma resposta recebida em meu blog por uma pessoa anônima recebi a seguinte afirmação: nunca seremos como eles pois eles possuem cultura. Afinal o que é cultura? Seríamos uma nação tão pobre e miserável que traz em seu DNA a aculturação? Seríamos nós tão subdesenvolvidos que naturalmente somos pobres e mal educados? A questão não é simples. Quando afirmamos que eles possuem cultura e nós não constatamos a nossa aculturação européia e norte americana. Ou seja, cultura mesmo é a deles. A respeito da sua educação, que pena que não tiveram com os nossos índios e com a nossa terra. Se somos “mal educados” e subdesenvolvidos é porque nosso país não foi colonizado mas foi explorado. Nossas riquezas salvaram diversas vezes o estilo de vida europeu. Qual o preço pago pela tão famosa educação européia? Não me impressiono quando simplesmente piso na faixa de pedestre e um carro para, afinal eles possuem carros há anos, enquanto por muitos anos o único carro que o brasileiro conhecia era o carrinho de mão para construir os prédios dos empresários europeus em nossa terra. Seguir o exemplo? Lógico há diversos entre o povo europeu. Mas prefiro usar o exemplo do povo africano que foi explorado, ou ainda o é, para manter o estilo de vida do tão famoso primeiro mundo. Eles são educados, mas esquecem o preço pago para usarem seus colares de diamantes africanos, cada criança que perdeu a sua vida para manter a beleza aristocrática. Acho que temos mais cultura que eles. Nós como brasileiros, mesmo explorados em toda a nossa história, não desistimos de crescer. Para mim o verdadeiro exemplo é da senhora que trabalha o dia inteiro para sustentar os seus filhos. Para mim o verdadeiro exemplo é do taxista que mesmo em um transito infernal ele não desiste de trabalhar. Para mim o verdadeiro exemplo é o do brasileiro que mesmo em uma terra explorada ele consegue prosperar. Educação européia? Nascer no primeiro mundo e ser educado é fácil, quero ver vencer em uma terra roubada.

Alguns me questionaram acerca da minha experiência na Europa. Foram apenas 16 dias, dias maravilhosos por sinal. Como já disse não generalizo o povo. Eu mesmo fui hospedado na casa de um português que me tratou com total hospitalidade. Minha visão crítica não anula a qualidade do povo, entretanto não lhes dá aquilo que não lhes pertencem. Temos que parar de assistir novelas e parar de acreditar em tudo o que elas nos dizem. Fico triste como os colocam como os mocinhos e nós brasileiros e africanos como os vilões, os mal educados, os ladrões. Afinal, novamente pergunto: qual o preço da educação e prosperidade européia? Da onde vem o ouro da coroa portuguesa? Da onde vêm os diamantes da coroa da princesa de Gales? Dizer que não temos cultura é minimizar a compreensão do todo. Os europeus precisam de Deus, os africanos precisam de Deus, o mundo precisa de Deus. No início da missão norte americana em nosso país, costumava-se confundir a cultura Americana como a cultura do céu, os tambores e instrumentos nacionais foram demonizados, o órgão era do céu o tambor do inferno. A solução para nosso país não é se americanizar ou se europizar é simplesmente ser o que seríamos se não fôssemos explorados. Tais constatações não são dadas diante de uma simples viagem de 16 dias, mas ela se dá diante do mundo globalizado que somos, o mundo diminuiu e por isso é mais fácil hoje entender as motivações que movimentam o mundo. Antes o africano não podia ver para onde suas riquezas estavam indo, o máximo que eles contemplavam eram as míseras moedas que lhes pagavam. Hoje eles ligam a televisão e podem contemplar para onde foram seus diamantes.

Na frança as crianças estudam integralmente, os primos de minha esposa estão recebendo uma ótima educação lá. Nossas crianças quando conseguem uma vaga no antigo brizolão estudam em um turno quando tem professor na sala de aula. Ser educado assim é fácil, agora não me venha dizer que não temos cultura. Termino dizendo que desejo que eles cresçam, que o povo europeu cresça e sejam abençoados, mas que o nosso Brasil também cresça, do nosso jeito com a NOSSA CULTURA. Chega de exploração! Chega de divinizar o primeiro mundo e demonizar o .... terceiro mundo? Afinal quem nos chama assim? Lógico o primeiro mundo. Fiquem com Deus.

Um comentário:

patricia e ciel disse...

amei, pastor.`sabio raciocínio.patricia e ciel.