Perdemos muito tempo. Essa é a terrível constatação que tenho ao analisar a nossa vivência como igreja de Cristo. Agimos como se o fim fosse meramente um mito. Como se o ide não tivesse tanta pressa assim. Parece que acreditamos que Jesus pode esperar e que o Reino não possui necessidades urgentes. Tudo está bom. Podemos nos deter naquilo que é altamente irrelevante. Podemos nos assentar em nossas varandas religiosas e tecer nosso tricô teológico. Podemos esquecer a fome e a morte, pois elas não existem. O bordado religioso é mais importante. A “cadeira do papai” nos espera de maneira formosa em nosso recinto de descanso. Afinal, vivemos como se não tivéssemos pressa para nada. A respeito dessa ignorância, é triste constatar que por muito tempo me entreguei a esse emaranhado de inutilidades. Estive no último concílio geral e pude perceber como é gasto tempo com coisas que na verdade não são tão importantes. O ecumenismo foi um dos assuntos mais discutidos, literalmente pegou fogo. Então seria o ecumenismo algo inútil que não mereceria nem mesmo ser discutido? Óbvio que não. Discutido sim, mas não ser colocado como a “estrela” do nosso concilio.
Perdi muito tempo discutindo se devíamos ou não ter um relacionamento ecumênico com os católicos, minha conclusão é a seguinte: eu não quero ter relacionamento é com satanás. Ecumenismo com ele? Estou fora. A verdade é que não podemos diabolizar os católicos e nem mesmo endeusar os protestantes e pentecostais. Afinal tenho uma triste conclusão em minha humilde consciência: satanás está em ambos os meios. Pedófilos católicos, e pedófilos protestantes. Ladrões católicos e ladrões pentecostais. Simplesmente cortar relações ecumênicas com o catolicismo não nos livra de ainda estarmos aliançados com aquilo que é mal. Parece que para muitos, o fim do ecumenismo com os católicos era a tão ansiada redenção. Decepção. Satanás pode estar vestido como um pentecostal, ou pode ter a aparência de um batista fervoroso, ou um metodista que conhece os cânones mais do que conhece a Bíblia. Ele pode ser o pregador que revela até o número da identidade, ou o que com uma arca milagrosa rouba o dinheiro das nossas ovelhas. Satanás pode estar oculto nos cantores de renome e nos não renomados, nos pastores televisivos e nos que gritam pelas ruas. Afinal. Perdemos muito tempo. Nosso veredito deveria ser um só: nada de acordo com satanás, venha ele de onde vier com batina de padre ou com terno de pastor.
Quero dizer que concordo com a decisão do nosso concílio a respeito do ecumenismo, porem ela não nos livra do mal. Afinal o “império” católico romano não representa a totalidade do mal, nem tão pouco é a personificação do mal. Para mim é um “império” financeiro da religião que vendeu seus princípios a centenas de anos, assim como muitas igrejas estão fazendo hoje, a diferença é que eles fizeram antes. Tal decisão conciliar somente findou um ecumenismo que nunca existiu, um ecumenismo hipócrita que alimentava a poucos dependentes deste relacionamento. Como dar as mãos na terra se creio que no dia do juízo iremos nos separar? É assim o pensamento ecumênico católico, afinal só há salvação na igreja deles. Espero que neste concílio o que é importante seja realmente ressaltado. Que vendamos nossas instituições para pagar suas próprias dívidas, mas que saíamos daquele lugar com metas missionárias, com Palavras de direção. Motivados, empolgados, fervorosos e alegres, pois o problema real está nas vidas que perdemos e no pobre que não alimentamos. Falando em pobre. Como igreja não podemos nos contentar em alimentar o pobre e deixá-lo ir bem nutrido para o inferno. A missão é salvar da fome mas tambem da condenação. Não somos partido político ou instituição de caridade, somos igreja, e como igreja alimentamos e restauramos a vida dos que estão quebrados e distantes de Jesus. Sinceramente, não estou preocupado se voltaremos ou não com a questão do ecumenismo. Mais sinceramente ainda, não estou nem ai. Quero que nos apartemos do mal. Seja este com estola ou com terno, seja esse do reteté ou o mais conservador. Vamos nos deter no que realmente é importante. Fiquem com Deus.