sábado, 16 de abril de 2011

Ecumenismo e o Mal.



Perdemos muito tempo. Essa é a terrível constatação que tenho ao analisar a nossa vivência como igreja de Cristo. Agimos como se o fim fosse meramente um mito. Como se o ide não tivesse tanta pressa assim. Parece que acreditamos que Jesus pode esperar e que o Reino não possui necessidades urgentes. Tudo está bom. Podemos nos deter naquilo que é altamente irrelevante. Podemos nos assentar em nossas varandas religiosas e tecer nosso tricô teológico. Podemos esquecer a fome e a morte, pois elas não existem. O bordado religioso é mais importante. A “cadeira do papai” nos espera de maneira formosa em nosso recinto de descanso. Afinal, vivemos como se não tivéssemos pressa para nada. A respeito dessa ignorância, é triste constatar que por muito tempo me entreguei a esse emaranhado de inutilidades. Estive no último concílio geral e pude perceber como é gasto tempo com coisas que na verdade não são tão importantes. O ecumenismo foi um dos assuntos mais discutidos, literalmente pegou fogo. Então seria o ecumenismo algo inútil que não mereceria nem mesmo ser discutido? Óbvio que não. Discutido sim, mas não ser colocado como a “estrela” do nosso concilio.

Perdi muito tempo discutindo se devíamos ou não ter um relacionamento ecumênico com os católicos, minha conclusão é a seguinte: eu não quero ter relacionamento é com satanás. Ecumenismo com ele? Estou fora. A verdade é que não podemos diabolizar os católicos e nem mesmo endeusar os protestantes e pentecostais. Afinal tenho uma triste conclusão em minha humilde consciência: satanás está em ambos os meios. Pedófilos católicos, e pedófilos protestantes. Ladrões católicos e ladrões pentecostais. Simplesmente cortar relações ecumênicas com o catolicismo não nos livra de ainda estarmos aliançados com aquilo que é mal. Parece que para muitos, o fim do ecumenismo com os católicos era a tão ansiada redenção. Decepção. Satanás pode estar vestido como um pentecostal, ou pode ter a aparência de um batista fervoroso, ou um metodista que conhece os cânones mais do que conhece a Bíblia. Ele pode ser o pregador que revela até o número da identidade, ou o que com uma arca milagrosa rouba o dinheiro das nossas ovelhas. Satanás pode estar oculto nos cantores de renome e nos não renomados, nos pastores televisivos e nos que gritam pelas ruas. Afinal. Perdemos muito tempo. Nosso veredito deveria ser um só: nada de acordo com satanás, venha ele de onde vier com batina de padre ou com terno de pastor.

Quero dizer que concordo com a decisão do nosso concílio a respeito do ecumenismo, porem ela não nos livra do mal. Afinal o “império” católico romano não representa a totalidade do mal, nem tão pouco é a personificação do mal. Para mim é um “império” financeiro da religião que vendeu seus princípios a centenas de anos, assim como muitas igrejas estão fazendo hoje, a diferença é que eles fizeram antes. Tal decisão conciliar somente findou um ecumenismo que nunca existiu, um ecumenismo hipócrita que alimentava a poucos dependentes deste relacionamento. Como dar as mãos na terra se creio que no dia do juízo iremos nos separar? É assim o pensamento ecumênico católico, afinal só há salvação na igreja deles. Espero que neste concílio o que é importante seja realmente ressaltado. Que vendamos nossas instituições para pagar suas próprias dívidas, mas que saíamos daquele lugar com metas missionárias, com Palavras de direção. Motivados, empolgados, fervorosos e alegres, pois o problema real está nas vidas que perdemos e no pobre que não alimentamos. Falando em pobre. Como igreja não podemos nos contentar em alimentar o pobre e deixá-lo ir bem nutrido para o inferno. A missão é salvar da fome mas tambem da condenação. Não somos partido político ou instituição de caridade, somos igreja, e como igreja alimentamos e restauramos a vida dos que estão quebrados e distantes de Jesus. Sinceramente, não estou preocupado se voltaremos ou não com a questão do ecumenismo. Mais sinceramente ainda, não estou nem ai. Quero que nos apartemos do mal. Seja este com estola ou com terno, seja esse do reteté ou o mais conservador. Vamos nos deter no que realmente é importante. Fiquem com Deus.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

UMESP, BENNETT. Instituições a serviço do Reino?




Somos Igreja. Glorifico a Deus pois faço parte da IGREJA Metodista. Somos povo escolhido, povo que é levantado para pregar a Palavra mais poderosa que já foi declarada sobre a face da terra. Igreja que conquista, que salva, que alimenta, que prega, que espiritualiza o que é espiritual e desespiritualiza o que nada tem haver com o espírito. Igreja a serviço do Povo de Deus e do Povo que não é de Deus ainda. Louvo a Deus pois a igreja tem crescido, tem avançado, não como gostaria, pois almejo por um crescimento ainda maior, porem vidas estão sendo salvas, seja no Rio, em Teresópolis, em Iguaba, em Cabo Frio, Resende e tantas outras cidades que o metodismo tem sido instrumento do Reino de Deus, instrumento de salvação e consolidação. Somos Igreja. E a instituição? Como ela anda? Acredito que mal. Fico triste em perceber as terríveis histórias que cercam nossas instituições, não sei se todas são verdades, entretanto é impossível que todas sejam mentiras. Fico triste, porem antes a instituição que a Igreja. Meu desejo seria que o nosso BENNETt não estivesse na situação que está, gostaria de dizer que a UMESP fosse realmente Metodista, pois muitos alunos nem sabem que Metodista é uma igreja. Eu estudei lá pode acreditar no que estou dizendo. O discurso do proselitismo matou as nossas instituições. “Tem que saber separar as coisas”, era o que ouvia nos corredores e nas salas de aula na UMESP. Separar tudo bem, mas não anular. Na porta da UMESP encontramos uma geração de jovens se drogando e se embebedando, o que a pastoral está fazendo? Afinal eles tem que separar as coisas, ou não seria matar? Que potencia de evangelização temos em nossas mãos, mas é melhor ter uma universidade rica do que uma universidade Metodista. Não falo acerca de pressão religiosa, falo apenas de demonstrar o amor de Cristo e as Palavras do Seu evangelho. Como está a UMESP? Rica. Entretanto, uma multidão de ricos empobrecem os seus espíritos e simplesmente achamos que nosso dever é educar. Como está o BENNETt? Pobre e endividado. Volto a dizer, fico triste, porem antes a instituição que a Igreja.

Porque tudo isso? Eu creio que por muitas vezes a igreja foi colocada à serviço da instituição, e perdermos a verdade oposta, ou seja, a instituição esta a serviço da Igreja. E onde está a nossa identidade Metodista? Não podemos esquecer que o mundo é a nossa paróquia. E os universitários e alunos não fazem parte desta paróquia? Deixemos que paguem suas mensalidades e pronto. Deus não levantou Sua igreja para formar advogados, dentistas, filósofos ou arquitetos, mas sim profetas, pastores, mestres e evangelistas. Então não seria de Deus nossas universidades? Creio que são sim. Mas também creio que o evangelho não pode ser esquecido diante dos livros de direitos ou dos cálculos químicos. Talvez, Deus queira nos levar a pensar que perdermos muito tempo e dinheiro em algo que é importante, mas não fundamental. Algo bom, mas não primordial. Enquanto isso a igreja cresce. Vidas são discipuladas, novos pastores são levantados e novas vidas são salvas. Maldita palavra “proselitismo”, que muitas vezes camuflou a covardia de pregar o evangelho e salvar os que estão perdidos. Talvez, maldita não seja a palavra, mas a compreensão da mesma que forjou profetas que não profetizam, pastores que não pastoreiam, evangelistas que não evangelizam e mestres que não ensinam. Que Deus salve nossas instituições, porem antes elas que a Igreja.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A Fidelidade do Não.



Deus é fiel. Verdade incontestável, verdadeiramente Ele é fiel. Entender a fidelidade de Deus envolve muitas coisas. Primeiramente a fidelidade é a demonstração das concretizações de Suas Promessas, daquilo que Ele falou e prometeu. Segundo, Sua fidelidade não representa a total realização de nossos desígnios. Não é a demonstração da nossa determinação. Quantas vezes já ouvimos a seguinte frase: eu pedi e Deus é fiel para cumprir o meu clamor. Lógico que Deus ama cumprir os desejos de nosso coração, mas justamente por Ele ser fiel, muitas vezes o não cumprir o que pedimos demonstra a Sua real fidelidade diante daquilo que Ele determinou. Por exemplo, certa vez um colega me disse que ao abrir a caixinha de pedidos de oração de sua igreja ele encontrou o pedido de uma pessoa que clamava pelo marido da outra. Acredite. É altamente entendível que a fidelidade de Deus será demonstrada em não cumprir o desejo do coração daquela mulher. O que quero dizer é que muitas vezes a fidelidade de Deus é demonstrada através do seu não.

Entender a fidelidade Deus através do seu não é um grande desafio. A fidelidade é tratada como fidelidade para mim e não fidelidade para Ele, ou seja, fidelidade para com o que quero e não para o que Ele quer. E quando nossos planos e sonhos vão em caminhos opostos aos planos de Deus para nossa vida? E quando o que quero na verdade vai representar a quebra de uma Palavra que Deus já liberou? Ai está o desafio da maturidade cristã, justamente entender que o não de Deus representa o seu cuidado. Como um pai que diz para o seu filho parar de mascar chicletes pois vai apodrecer os seus dentes. No momento o filho esperneia, mas uma hora ou hora ele vai admitir que o prazer de tanto mascar chicletes não equivale ao prazer e a funcionalidade de ter dentes bonitos e saudáveis. Deus é fiel! Não ao que quero, mas ao que Ele quer.

Muitas pessoas se decepcionam quando percebem que a religião não é uma caixinha de mágica que simplesmente você abre e recebe o que tanto almeja. Decepcionam-se quando descobrem que a caixinha de promessas não representa a totalidade das escrituras. Decepcionam-se quando descobrem que Deus não vai passar por cima de Sua igreja, não vai passar por cima de Suas promessas e tão pouco em cima de pessoas simplesmente para cumprir as determinações individuais. Devemos entender que somos filhos e servos. Os filhos não sabem o que verdadeiramente precisam e os servos literalmente não podem ter o que não for designado pelo seu senhor. Ser cristão não é usar Deus é depender de Deus. É saber que Ele é fiel diante de tudo aquilo que disse e que não importa o que estivermos enfrentando Ele cumprirá a SUA PALAVRA. Cabe ao filho e ao servo pedir. Não posso determinar o que meu Pai ou meu Senhor me dará, mas posso clamar, e então, o Pai e Senhor, julgará se o seu filho e servo realmente necessita o bem pedido, ou melhor, não somente necessita, mas se tal clamor não envolve a quebra de uma promessa já declarada por Ele. Nosso papel é clamar o de Deus é julgar o nosso clamor.