Os questionamentos fazem parte da existência humana. Já pensou se o ser humano não se questionasse? Com certeza não teríamos em nossas mãos as diversas criações humanas que permeiam a nossa existência. Tais como a lâmpada elétrica, ou o próprio telefone. Um dia Thomas Édson se questionou: “ Existiria algo capaz de iluminar nossos ambientes que não fosse movido a querosene ou a qualquer combustível conhecido em sua época?” Tal questionamento o levou a uma busca frenética e obcecada pela resposta. Na verdade o combustível motivador de sua grande experiência em busca de tantas e tantas invenções foi o questionamento. Quero nesse momento não somente valorizar a descoberta mas o caminho prosseguido até ela. O êxtase vivido por ele não se resume somente no dia em que a resposta foi alcançada, mas a cada passo dado em rumo a ela. Só chegamos quando nos questionamos. Certa vez tinha que ir até uma de minhas congregações, estava acostumado a ir sempre pelo mesmo caminho. Então pensei. Existiria um caminho melhor? E subitamente decidi experimentar um novo caminho. Foi certeiro. Estava fazendo constantemente o pior caminho. Se não me questionasse estaria por muito tempo perdendo tempo no caminho costumeiro. Questionar é bom. Só não questionamos quando temos medo das respostas que encontraremos.
Por muitas vezes vivemos a nossa espiritualidade de maneira que os questionamentos não são respondidos, mas anulados. Fingimos que tudo sabemos, e a resposta mais simples é: Deus sabe de todas as coisas. A espiritualidade equilibrada é aquela a qual somos capazes de questionar e ao mesmo tempo crer. Questionar não é sinônimo de descrença, pelo contrário, se questiono é porque creio que existe uma resposta melhor.
A falta de questionamentos na verdade expressa uma arrogância profunda e terrível, e esta é muitas vezes camuflada por um discurso espiritual e cheio de palavras que remetem a uma falsa humildade. Ou seja, muitos são forçados a crer que não questionar é confiar. Confiar em que? Nelas mesmas? Só um ser tem o direito de não se questionar pois ele é o dono das questões, as respostas são a sua própria essência.
Volto a dizer : eu creio. Porem muitas vezes não entendo. E não é essa minha ignorância que me fará desistir ou simplesmente fará dela o argumento de minha preguiça intelectual e espiritual.
Questionar não é se rebelar. Questionar é acreditar que é possível existir melhores respostas. Vale dizer que o sábio sabe que muitos já possuem respostas que o mesmo ainda não possui. Mas também sabe que nem todas as respostas virão de outros sábios. Ele mesmo terá que cavar e achar a água que tanto saciará a sua sede. É possível questionar e crer.
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