domingo, 27 de março de 2011

Quantos membros? Melhor mentir ou consolidar?



Existem muitos pecados que se tornam muitas vezes imperceptíveis na nossa vida. Muitas vezes supervalorizamos pecados e diminuímos outros. Na maioria das vezes supervalorizamos os pecados que não nos ameaçam, e diminuímos aqueles que são atrativos diante de nossa carnalidade. Supervalorizamos o pecado do outro para simplesmente possuirmos a ilusão de que os nossos pecados não são tão grandes assim. É como um farol diante de uma simples lanterna, ela se torna imperceptível. Assim acontece com a mentira. Seria possível grandes mentiras ofuscarem as pequenas? Ou melhor. Existe grandes e pequenas mentiras? Muitas vezes esse pequeno vírus satânico está presente em nosso sistema imunológico. É tão normal que parece que já faz parte de quem somos. Infelizmente, tal vírus acomete não somente as ovelhas mais muitos pastores.

Uma pergunta que sempre faz os pastores refletirem a respeito da resposta que darão é a seguinte: quantos membros a sua igreja possui? Que pergunta complicada. Na maioria das vezes o capeta bate palmas diante das respostas dadas. Quando se tem 100 na maioria das vezes se responde: tenho 200. Quando se tem 500 na maioria das vezes se responde: tenho 700. É só uma mentirinha. Analisando meu próprio caso, para não usar exemplos de outros melhor usar o meu, perceba. Quando fui nomeado para a minha igreja atual em Iguaba Grande no ano de 2010 me parabenizaram e me disseram: você está indo para uma igreja de 700 membros. Antes de assumir perguntei para um dos líderes da igreja quantas pessoas foram no último domingo na igreja e ele me respondeu: 500 pessoas no domingo à noite. Eu pensei: que benção! Tomei posse, e ao conhecer a igreja contei quantos assentos possuía o templo, para meu espanto possuíamos 430 lugares. Logo pensei, devia ter umas 70 pessoas em pé. Perguntei para o mesmo líder se havia pessoas de pé naquele domingo, e ele me respondeu: não, a igreja não estava tão cheia. Ainda complementou que havia umas 100 cadeiras vazias. Onde estão as 500 pessoas? Foram arrebatadas? Depois das cadeiras acolchoadas temos 500 cadeiras. Nosso templo tem 600 metros quadrados, há pessoas que chegam para mim e dizem: pastor devia ter umas 600 pessoas hoje no culto, como fui discipulado, sou obrigado a dizem: tinha nada irmã. Essa era a resposta que várias vezes recebi do Pr. Carlos Alberto quando era seu pastor auxiliar. Eu chegava e dizia: Pastor tinha umas 500 pessoas. Ele dizia justamente o que digo hoje: não tinha nada. É tentador para os pastores usar o número de membros arrolados para alimentar o seu ego ministerial, se assim fosse, poderia dizer que tenho 890 membros arrolados, entretanto depois de 15 anos de história da Igreja Metodista em Iguaba Grande contamos hoje com umas 400 pessoas ativas, ou seja, menos da metade, que da uma média de 25 pessoas conquistadas e consolidadas para Jesus por ano nesses 15 anos de história. E olha que se compararmos com a história de tantas igrejas quase centenárias a nossa igreja foi uma das que mais cresceram em nossa região.

Essa história se repete em muitos lugares. Pastores deixam 800 no rol e quando você vai fazer a famosa limpeza saem 400. Essa realidade muitas vezes é camuflada pois esconde a nossa incapacidade de consolidação. É mais difícil consolidar do que fazer a pessoa levantar a mão para Jesus. É melhor parar de mentir e simplesmente admitir que como pastores metodistas temos sido péssimos consolidadores. Uso meu próprio exemplo esse ano foram 156 conversões em nossa igreja, nem a metade foram batizados. Recebemos cerca de 70 pessoas entre batizados e recebidos. Cadê os outros? Deus tem falado comigo: consolidação deve ser o seu foco. Tenho buscado na Palavra fundamentos. Não ignoro outras experiências, mas não quero reproduzir somente, quero descobrir, entender e receber de Deus princípios para a consolidação.

Há pessoas que vivem de mitos. Eu não sou saci, ou a cuca, ou mula sem cabeça. Quero viver na luz, sem mitos, sem folclores, sem mentiras, sem camuflagens. É tempo de querermos crescer não para nosso engrandecimento, mas para simplesmente conquistar vidas para Jesus. É o evangelho simples, é a queda do evangelho mercadológico. É o avivamento do conhecimento de Deus. É o fim das profetadas e mentiras “imperceptíveis”. É tempo de conquistar para Ele, para Jesus. É tempo de ser por Ele e para Ele.

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