terça-feira, 3 de julho de 2012

Porque ainda não crescemos como sonhamos?


Muitas são as nossas expectativas acerca do futuro de nossa igreja.  Devemos entender que o futuro será fruto da nossa capacidade de analisarmos o passado e o presente e sermos capazes de viver uma grande guinada que propiciará algo maior e mais frutífero.  Quando digo erros do passado sou o primeiro a me colocar em meio a esse emaranhado de erros que atrasaram a construção de um discipulado real e não meramente institucional.  Quero listar alguns erros que para mim são latentes:

1 – Não existe discipulado sem paixão.   Não vejo tão forte essa imposição feita pela igreja, mas na verdade, muitos se sentiram assim, ou seja, entra ou sai. Muitos não entenderam o discipulado até hoje, percebo isso quando alguém pergunta: qual o primeiro passo para implantar o discipulado?  Discipulado não pode ser distinguido da caminhada cristã, logo não existe caminhada cristã sem discipulado, a pergunta deveria ser: como me torno um melhor discipulador?

2 – Discipulado não é estratégia.   Um dos grandes erros que muitos cometeram foi encarar o discipulado como estratégia de crescimento.  Discipulado não é estratégia é estilo de vida.  Discipulado não é encontro com Deus ou reencontro, discipulado não se resume a células.  Esses citados sim são estratégias, por sinal, a meu ver, boas estratégias, mas não resumem o discipulado.  É possível discipular sem nenhuma dessas.

3 – Treinar ovelhas de outros pastores se o mesmo não foi treinado.   Esse para mim foi um dos piores erros que cometemos, ou ainda estamos cometendo.   O líder deve ser treinado pelo seu pastor.  Não adianta um outro pastor “treinar” minhas ovelhas se eu não estou treinado e apaixonado pela visão do discipulado.  Não são cursinhos que formarão líderes e mestres, mas uma caminhada como discípulos.  Se minha ovelha não caminha comigo e não é discipulada por mim ou por um líder de minha comunidade ele nunca será capacitado por meio de apostilas e simples leituras.  O pastor deve se apaixonar e liderar o processo do discipulado.

4 – Assumir a visão de outros como uma visão de Deus para a igreja Metodista.  A visão do discipulado foi dada por Jesus não por algum mago, ou místico de nossa contemporaneidade.  Erramos quando até mesmo as nomenclaturas dos outros assumimos.  Não são os nomes que mudarão as nossas igrejas e farão dela uma igreja em pleno crescimento, mas é a paixão por almas.  Paixão em gastar tempo com quem precisa do nosso tempo, é gerar, multiplicar, restaurar, e enfim, amar.

5 – Muitos teóricos e pouco ensino de quem já têm colhido frutos de um genuíno discipulado.  Vim de uma conferencia tremenda em Fortaleza, uma das coisas que mais me impactou foi a apresentação dos frutos.  Um dos palestrantes disse:  “antes de te ensinar quero te mostrar os meus frutos”.   Como ensinar a plantar se eu nunca arei uma terra e tive o prazer de ver a semente crescer e então colher de seu fruto?  Me coloco em meio a tudo isso.  Como pastor auxiliar e hoje titular, visualizei e vivencie diversas tentativas frustradas.  Sonhávamos em 500 células em 5 anos e nunca chegamos a 100.  Hoje mesmo conto com 22 células e clamo ao senhor todos os dias para que estas sejam instrumentos de consolidação e multiplicação.  Hoje posso dizer que estou apaixonado, mas por muito tempo não passei de um mero simpatizante da estratégia dos grupos pequenos, até gostava, mas não havia em mim uma chama tão forte como sinto hoje.

6 – Tentar gerar discípulos sem ter um discipulador.   Eis ai um grande desafio.  O que tem acontecido nos dias de hoje é que muitos pastores metodistas estão procurando discipuladores de outras denominações.  Seria isso possível?  Não descarto a idéia, mas tal princípio traz desafios muito maiores do que se tivéssemos discipuladores dentro de nossa própria igreja.  Quando discipulamos influenciamos em todas as áreas, seja familiar, profissional, teológica ou prática.  Não consigo perceber em nossa igreja o anseio dos pastores mais experientes em discipular os mais novos.  Os mais novos não deveriam ser seus concorrentes, mas seus discípulos.  Está na mão de nossa geração mudar esse conceito.

Sei que há outros erros, entretanto quero terminar esse texto destacando o nosso grande acerto: buscar um genuíno discipulado.   Sei que erramos, mas se erramos é porque estamos tentando, e com toda certeza, Deus nos guiará até o nosso alvo tão almejado que é gerar discípulos saudáveis e frutíferos que testemunhem a graça de Cristo e vivenciem o seu amor.

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