Muitas são as nossas
expectativas acerca do futuro de nossa igreja.
Devemos entender que o futuro será fruto da nossa capacidade de
analisarmos o passado e o presente e sermos capazes de viver uma grande guinada
que propiciará algo maior e mais frutífero.
Quando digo erros do passado sou o primeiro a me colocar em meio a esse
emaranhado de erros que atrasaram a construção de um discipulado real e não
meramente institucional. Quero listar
alguns erros que para mim são latentes:
1 – Não existe
discipulado sem paixão. Não vejo tão
forte essa imposição feita pela igreja, mas na verdade, muitos se sentiram
assim, ou seja, entra ou sai. Muitos não entenderam o discipulado até hoje,
percebo isso quando alguém pergunta: qual o primeiro passo para implantar o
discipulado? Discipulado não pode ser
distinguido da caminhada cristã, logo não existe caminhada cristã sem
discipulado, a pergunta deveria ser: como me torno um melhor discipulador?
2 – Discipulado não é
estratégia. Um dos grandes erros que
muitos cometeram foi encarar o discipulado como estratégia de crescimento. Discipulado não é estratégia é estilo de vida. Discipulado não é encontro com Deus ou reencontro,
discipulado não se resume a células.
Esses citados sim são estratégias, por sinal, a meu ver, boas
estratégias, mas não resumem o discipulado.
É possível discipular sem nenhuma dessas.
3 – Treinar ovelhas de
outros pastores se o mesmo não foi treinado.
Esse para mim foi um dos piores erros que cometemos, ou ainda estamos
cometendo. O líder deve ser treinado
pelo seu pastor. Não adianta um outro
pastor “treinar” minhas ovelhas se eu não estou treinado e apaixonado pela
visão do discipulado. Não são cursinhos
que formarão líderes e mestres, mas uma caminhada como discípulos. Se minha ovelha não caminha comigo e não é
discipulada por mim ou por um líder de minha comunidade ele nunca será
capacitado por meio de apostilas e simples leituras. O pastor deve se apaixonar e liderar o
processo do discipulado.
4 – Assumir a visão de
outros como uma visão de Deus para a igreja Metodista. A visão do discipulado foi dada por Jesus não
por algum mago, ou místico de nossa contemporaneidade. Erramos quando até mesmo as nomenclaturas dos
outros assumimos. Não são os nomes que
mudarão as nossas igrejas e farão dela uma igreja em pleno crescimento, mas é a
paixão por almas. Paixão em gastar tempo
com quem precisa do nosso tempo, é gerar, multiplicar, restaurar, e enfim,
amar.
5 – Muitos teóricos e
pouco ensino de quem já têm colhido frutos de um genuíno discipulado. Vim de uma conferencia tremenda em Fortaleza,
uma das coisas que mais me impactou foi a apresentação dos frutos. Um dos palestrantes disse: “antes de te ensinar quero te mostrar os meus
frutos”. Como ensinar a plantar se eu
nunca arei uma terra e tive o prazer de ver a semente crescer e então colher de
seu fruto? Me coloco em meio a tudo
isso. Como pastor auxiliar e hoje
titular, visualizei e vivencie diversas tentativas frustradas. Sonhávamos em 500 células em 5 anos e nunca
chegamos a 100. Hoje mesmo conto com 22
células e clamo ao senhor todos os dias para que estas sejam instrumentos de
consolidação e multiplicação. Hoje posso
dizer que estou apaixonado, mas por muito tempo não passei de um mero
simpatizante da estratégia dos grupos pequenos, até gostava, mas não havia em
mim uma chama tão forte como sinto hoje.
6 – Tentar gerar discípulos
sem ter um discipulador. Eis ai um
grande desafio. O que tem acontecido nos
dias de hoje é que muitos pastores metodistas estão procurando discipuladores
de outras denominações. Seria isso
possível? Não descarto a idéia, mas tal
princípio traz desafios muito maiores do que se tivéssemos discipuladores
dentro de nossa própria igreja. Quando
discipulamos influenciamos em todas as áreas, seja familiar, profissional, teológica
ou prática. Não consigo perceber em
nossa igreja o anseio dos pastores mais experientes em discipular os mais
novos. Os mais novos não deveriam ser
seus concorrentes, mas seus discípulos.
Está na mão de nossa geração mudar esse conceito.
Sei que há outros
erros, entretanto quero terminar esse texto destacando o nosso grande acerto:
buscar um genuíno discipulado. Sei que
erramos, mas se erramos é porque estamos tentando, e com toda certeza, Deus nos
guiará até o nosso alvo tão almejado que é gerar discípulos saudáveis e frutíferos
que testemunhem a graça de Cristo e vivenciem o seu amor.