terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Pastores Caçadores de Fantasmas.


       
        Lembro-me de quando era criança.   Quanto brincava com meus amigos e  o único intuito era a diversão.  Não precisávamos de muitos apetrechos, a imaginação garantia a brincadeira.  Brincávamos de super-heróis, as vezes de polícia e ladrão e até de caça fantasmas, esta última inspirada em um filme americano de sucesso naquela época.   O tempo passou e não brinco mais de tais brincadeiras, afinal, hoje minha imaginação já não é tão fértil, conheço melhor a realidade, não tanto, entretanto o suficiente para discernir que o mundo não é simplesmente dividido entre mocinhos e bandidos, ou entre fantasmas e caçadores justiceiros.  Isso faz parte do processo de maturidade o qual todo ser humano deve passar, se não passar, será taxado como louco, esquizofrênico, utópico ou poderá ganhar tantos outros adjetivos.  A maturidade não é uma escolha ela é uma imposição, ou pelo menos é necessário fingir que a possuímos.
            Quando vejo o mundo evangélico atual, me deparo com um mundo que muitas vezes me lembra o mundo que criávamos para brincar.  Um mundo onde eu sou o mocinho e os demais são os bandidos. Um mundo de caça fantasmas, um mundo de aventuras espirituais, um mundo de batalhas espirituais que mais parecem batalhas no mundo de Oz.  Um mundo onde a coisa vale mais que a pessoa, onde o ser aprisionado é meu troféu e meus requintes de crueldade demonstram minha autoridade.   No filme “caça fantasma” os caçadores possuíam uma máquina que sugava os fantasmas para dentro dela e depois eram colocados em uma máquina maior ainda, e assim não eram eliminados, mas guardados no porão do quartel general.   Muitos líderes evangélicos gostariam dessa invenção em seus mundos de faz de conta.  Aprisionam os demônios, e ainda os colocam no porão da sua casa simplesmente pelo prazer do domínio, simplesmente para demonstrar sua autoridade.   Enquanto isso, as bruxas são perseguidas, entretanto se esquecem que até as bruxas possuem o direito da justificação pelo sangue de Jesus.   É melhor vê-las soltas e libertas do que aprisionadas como troféus na estante de algum louco gadita ou não gadita, ecumênico ou não ecumênico, pentecostal ou não pentecostal, tradicional ou não tradicional, afinal encontramos loucos caçadores de fantasmas em todos os lugares.
            Como é triste perceber que a síndrome de Lúcifer tem se proliferado em nosso meio, infelizmente a única vacina é a integridade.   Caráter.   A vaidade, o desejo pelas posições, manipulações políticas e tantos outros sentimentos fazem de nós, isso mesmo, de nós, pois somos vistos como farinha do mesmo saco, um povo com pouca credibilidade aos olhos dos que precisam acreditar naquele que acreditou em nós.  Não dá para fechar os olhos e fingir que isso não acontece do teu lado, nem se você tentar criar um mundo de faz de contas, uma hora ou outra o Espírito Santo te trará de volta a realidade, não para que você se desmotive ou desista, mas para que lute contra o país das maravilhas evangélico e passe a lutar por pessoas reais por princípios divinos por aquele que REALMENTE deu a vida por você e não veio para esse mundo caçar fantasmas, mas sim pescar pessoas.