A vontade da mudança é algo presente em todas as gerações, seja no âmbito religioso, social ou econômico, sempre queremos mudar. Tal sentimento pela mudança é de extrema importância para a locomotiva da história humana, sem ela viveríamos do mesmo jeito não nos importando com as oportunidades de melhoras que nos são propostas. Viveríamos sempre a velha rotina, como diz o programa de televisão, sempre “a mesma praça e o mesmo banco”. Só não queremos melhorar quando cremos que o próximo passo será de regresso, ou seja, é impossível alcançar um passo além, logo crendo que a posição atual é perfeita o apogeu da existência. Pensando assim, é fácil entender que o fato de não querer mudar é sinônimo de uma arrogância doentia para não simplesmente dizer diabólica. Quem realmente deseja a mudança de nossa constituição? Nós! Simples cidadãos que não usufruem das bestialidades da mesma, mas quem a usufrui com certeza não anseiam pelas mudanças. Olha que emaranhado nos metemos. Porque não mudamos? Porque quem pode mudar não quer mudar. E assim caminha a humanidade. Ou poderíamos dizer: assim caminha a igreja. Muitas vezes os clamores das mudanças se cessam quando o mesmo alcança posições que lhes trazem benefícios e estes justamente pela imperfeição de nossos mecanismos estruturais. O clamor da juventude é trocado pelo clamor do pai de família que precisa alimentar e pagar o colégio de seus filhos.
A mudança é fator primordial para o crescimento, sem ela somente reciclamos o velho, e todo material ou ser reciclável um dia chegará ao ponto de se tornar inreciclável. Talvez você pense: reciclar já não é mudar? Reciclar é lidar diferente com aquilo que você já possui. O papel que reciclamos não deixará de ser papel, somente mudamos sua função, antes papel de um caderno, hoje papelão, amanhã papel higiênico. Este ciclo da reciclagem um dia culminará no fim desta matéria. O conceito da mudança para mim remete a entrada ou simplesmente criação de nova matéria, da verdadeira existência do novo. Meu clamor, que até hoje não cessou e espero que não seja oprimido, é que tenhamos algo novo. É tempo da igreja não ter medo de mudar. Já é provado que nossa igreja ficou para traz em comparação a tantas outras, somos meros coadjuvantes no grande espetáculo da manifestação da igreja em nosso país principalmente. Do jeito que somos e do tamanho que somos podemos incomodar, mas não realmente mudar. É tempo de crescermos não com estratégias pseudo religiosas, mas quem sabe mudarmos nossas estruturas, nossa educação teológica, nossa formação pastoral, aprimorar o governo episcopal, nossa administração, enfim temos muitas áreas que precisam de mudanças. Não quero de maneira alguma depreciar o que já temos, mas passou. Quem tem medo de mudar é ultrapassado por aqueles que simplesmente mudaram. Pense, se um carro de formula 1 disputasse com os carros atuais da mesma categoria? Seria cômico. Não quero dizer que como igreja estamos em uma corrida em oposição as outras denominações, mas falo da corrida para conquistar bairros, cidades e países para o Senhor Jesus. Eu anseio que a minha igreja participe desta corrida não como aquele que serve simplesmente para formar o grid, mas aquele que luta pelo menos pelo pódio.
Vamos mudar! No último concílio mudamos algumas coisas. Não vamos retroceder. Vamos avançar. A reestruturação regional é algo grande, mas ouso em dizer que nos trará elementos novos. A multiplicação da primeira região em sub regiões é algo necessário o bispo Paulo Lockmann não é super herói para conseguir dar conta de tantas situações em uma região grande como a nossa, verdadeiramente ele precisa de ajuda. Creio que é tempo de cada região eleger seu próprio bispo, e o bispo voltar a ter a liberdade de escolher seus sds. Chega de encararmos o episcopado como título devemos entendê-lo como ministério. Bispo emérito? O que é isso? Já que o episcopado é um ministério não é necessário títulos que na verdade são somente ilustrativos. Completo então minha pergunta: Para que isso? Os mesmos já são honrados, pois assim o devem ser, pelos frutos que deram em suas respectivas regiões, essa sim é a honra devida e merecida, e com certeza, maior que qualquer título. Poderia enumerar diversas mudanças que anseio, não sou louco em achar que minhas premissas são absolutas, graças a Deus não tenho essa responsabilidade. Terminho esse texto simplesmente repetindo o que já foi por mim citado: quem não muda é ultrapassado por aqueles que simplesmente decidiram mudar.